TUDO O QUE É SÓLIDO PODE DERRETER

Ontem foi ao ar o 10° episódio dos 13 da série Tudo o que é Sólido Pode Derreter, baseado na obra de Clarice Lispector, Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres.

Mais uma vez o episódio não deixou de ser impecável; bom aos olhos, aos ouvidos e também carregou um tiquinho de sabedoria a quem soube enxergá-la, assim como os livros de Clarice. Esse livro por exemplo, que serviu de base ao episódio de ontem, foi o segundo livro que li dessa escritora, que entre o meio feminino é a minha favorita n° 01 - depois dela só Pitty! [risos]

Recomendo a quem não leu Clarice ainda, ler esse livro, o Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres. Mas antes disso eu aviso: não busque entender o livro, sinta-o. Clarice tem essa característica que não é visível a todos, onde o mais importante ou o mais marcante em sua literatura não esteja em trazer o leitor para dentro da história, mas realmente para dentro de si.

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Nossa, o finalzinho desse 10° episódio ontem foi pra chorar, aliás, eu quase chorei, só pra constar. Foi libertador para a protagonista, a Thereza, tão libertador que me emocionei e com certeza atingiu e contagiou muita gente ontem. Isso foi ainda maior pra mim quando começou a rolar a música Sorte e Azar da banda Pato Fu. Pra piorar ainda a situação, em pleno dia dos namorados, no final passa beijo na chuva antes de subir os créditos - ainda faço isso um dia.

Beijo na chuva entre Thereza e João Felipe no episódio Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres.

Falando em namorados, realmente parece que Thereza se entregou a João Felipe, qual sempre esteve interessada. Na verdade desde o começo da série eu pensava que ela ela ia ficar com o meu xará, o Marcos, já que o João estava namorando outra garota.

O Marcos, além do nome, me parece muito comigo em suas atitudes, no seu caráter, na lealdade e principalmente na ligação, na amizade sólida que ele tem com a Thê. É engraçado que toda vez que rola cena dos dois, penso que eu estou lá, falando com a Thereza, às vezes até, que ela está falando diretamente comigo.

Eu sempre quis que os dois ficassem juntos, assim como um monte de gente. E assim também, um monte de gente quis que ela ficasse com o João. No episódio passado, me decepcionei com o Marcos. No episódio A Quadrilha, baseado numa obra de Drumont, Marcos, no aniversário de Thereza, lhe deu de presente a certeza de que ele não era interessado por ela e que ela poderia ficar com o João. No final do presente, no bilhete o versinho de Drumont embalou o início do primeiro beijo de Thereza e João: "João amava Tereza...".

Mas o episódio, querendo ou não, satisfez a ambas as torcidas, pois Thereza também beijou Marcos no mesmo dia, partindo ela pra cima dele numa certa brincadeirinha. Ambos os beijos foram de uma sensibilidade ímpares no pós e após beijo.

Beijo de Thereza e Marcos na Grama no episódio A Quadrilha

Bem, agora corre o boato na trama de que Marcos é gay. Na verdade de uns tempos pra cá que isso vem sido comentado. Mas creio eu que amizades muito fortes entre homem e mulher, que são difíceis pacas, sempre levam a esse questionamento. Ou o cara tá gamadão na menina ou ele é uma biba... São sempre esses extremos.

Comigo isso também não foi diferente. Sempre gostei mais de amizades femininas, vem o fato também d'eu não ficar guardando sentimentos, eu mostro mesmo, se for pra chorar também eu choro mesmo... Esses questionamentos sobre sexualidade sempre aparecem e sempre vão aparecer. Mas sabe?... Eu tô cagando e andando pra eles. Ihhh... Isso já é outra história e é melhor parar por aqui.

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Pois é pessoas, a TV Cultura está de parabéns pela série que já está encerrando sua primeira temporada. Uma série de qualidade, com conteúdo, que estimula a leitura, com atores e personagens cativantes. Nossa, não faltam adjetivos... Mas é uma pena que ela esteja chegando em seu fim. Espero que um box em DVD da primeira temporada esteja a caminho. Creio eu que haverá uma segunda temporada, pois a repercussão entre os jovens é muito positiva. Bem, pelo menos se não tiver, que fique na telinha com suas inúmeras reprises, assim como acontece hoje com o Castelo Rá-Tim-Bum, uma série que não fica velha e anda sempre muita atual quanto a produção.

Hoje meu irmãozinho de seis anos é quem se diverte com o programa, e o mais importante, deixa eu e meus pais despreocupados quanto ao conteúdo, pois além de se divertir ele aprende. Eu assisto alguns episódios com ele do Castelo e vejo como esse programa marcou bem a minha infância. Quando assito hoje eu só me lembro das tarde onde eu sentava na cama da minha mãe, na casa de um cômodo em São Paulo, pra assistir o programa com um copo de vitamina de banana e molhando o pão dormido com mantega nela.

O que eu mais quero agora é que meu irmão possa, quando estiver um pouquinho mais velho, usufruir dessa incrível série, Tudo o que é Sólido Pode Desaparecer, que com certeza será de grande valor!

Fotos: Divulgação