quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Freegans

Certa vez, caminhando pela rua avistei um daqueles sacos de lixo de cor azul, quase transparente, na frente de uma residência. Isso me possibilitou uma daquelas visões que ficam pra sempre em nosso memória. Dentro do saco de lixo, um monte de pães, com uma aparência boa ainda. Suponho eu que foram jogados fora pois passaram de um dia para outro, ficaram naquela dos "pães dormidos".

Será que não passou pela cabeça desses indivíduos fazer torradas com esses pães, ou até mesmo assa-lo, como nós pobres mortais cansamos de fazer? Eu tinha era vergonha de expor/fazer, uma ato desse tipo. Dava pra ver que quem fez isso era do tipinho de gente que leva como lema, que o sinonimo de poder é o desperdício e o consumo desenfreado.

Fiquei com um ódio tão grande naquele dia. Porém não resolvi tomar nenhum atitude contra isso, ou rasgar aquele saco, tirar
um pão e bater na porta desse cidadão e pedir um café, com o pão na mão. Mas nem sabia eu que já existia um movimento, um grupo de pessoas que lutam para reverter essa situação. Trata-se dos Freegans (Free = livre/Vegan = vegetariano), movimento que surgiu em Nova York. São estudantes, assalariados...





Eles não precisam desses alimentos pra sobreviver. Alguns até consomem ali mesmo o achado. Outros levam pra casa e tem também quem faça doações. Mas o principal objetivo é conscientizar sobre o desperdício. Os alimentos encontrados são variados, há os em bom estado outros perto do vencimento, outros já vencidos. Alimentos com pequenas imperfeições que não agradam à clientela exigente, porém os Freegans não estão nem aí, a iniciativa mostra que é possível viver só com aquilo achado no lixo.

No Brasil o movimento não é tão organizado quando em NY, mas já está ganhando adeptos!


Foto: Reprodução

3 comentários:

Paloma disse...

Pois insisto que você deveria assistir "Ilha das Flores". É simplesmente genial!, e tem muito a ver com o que você postou. Aqui uma sinopse pra você:

"'Ilha das Flores' é um ácido e divertido retrato da mecânica da sociedade de consumo.
Acompanhando a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser jogado fora, o curta escancara o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho."


Parte I: http://br.youtube.com/watch?v=Zfo4Uyf5sgg
Parte II: http://br.youtube.com/watch?v=6IrGibVoBME&feature=related

Bom proveito!

Anônimo disse...

O desperdício é algo sério mesmo, MP. Lá em casa se desperdiça frequentemente comida, mas não dessa maneira desenfreada e muito menos da minha parte - apenas minha irmã de 8 anos às vezes estrega comida, e eu digo a ela que gente passa fome no mundo, e que não se deve ter o olho maior que a barriga. Já o desperdício de água lá em casa é mais sério.

Já tinha lido sobre um grupo aparentado desses freegans, mas pelo que você não se tratam mesmo da mesma "organização", pois os integrantes do movimento cujo nome esqueci são anarquistas que se alimeantam apenas do que encontram no lixo de aproveitável, e não trabalham a menos que para si mesmos e para o sustento da família. Um abração, MP!

Anônimo disse...

Eu tenho visto quanto maior a classe social, maior é o desperdício!
Não trabalho com estatísticas e posso estar enganada, é claro. Mas é o que tenho percebido na cidade onde moro.

Reeducar as pessoas é um desafio, mas ainda sim um desafio válido! =D