quarta-feira, 2 de setembro de 2009

ONDE ME INSPIREI

Registrei um dia antes de partir pro lugarejo, minha empolgação no Twitter. Tava cheio de expectativas!

"Comendo um peixinho frito com Coca-Cola enquanto aprecio do catamarã a incrível paisagem dos cânions e do Rio São Francisco". Esse era o lazer que queria usufruir numa tarde de domingo, mas não, a mim restou ir para um lugarejo em Alagoas, saculejando num ônibus de motor barulhento, junto de toda uma estrutura degradada pelo tempo, nos deixando involuntariamente em silêncio. Ouvir musiquinha em fone de ouvido nem pensar! Quem disse que há volume de MP3 que vença aquela bateria de escola de samba descompassada? Pra você ver, né?... A cidade aqui é tão pequena que em pouco mais de 30 min estamos em outro estado!


Eu tava todo empolgado, porque lá realmente é tranquilo e me propiciaria mais inspiração ao descarregar as ideias, que há dias estão doidas pra ganhar a ponta do lápis, cair no papel e sair da minha mente. Porém, foi só eu dobrar a esquina, avistar um carro de som com porta malas aberto e alto-falantes pulsantes na frente da casa da minha tia, pra que todas elas se contraíssem em minha cachola. Foi como uma lesma levar SAL nas costas por um moleque levado. Parece que eu já imagina que não era pra eu ter ido. Primeiro: nunca fui de ir muito naquele lugarejo. Segundo: devia ter prestado atenção, mais uma vez, à minha intuição, ela estava certa. Quando eu cheguei no ponto de ônibus, restava 10 min para o meio-dia. Nos quarenta minutos quase que ouvi o CD novo todo da Pitty, fiquei impaciente e num ímpeto, quase que volto pra casa, só não voltei porque nem tinha mistura feita, né? Não ia nem morto comprar marmitex AGUADA mais uma vez! Foi bem na hora em que estabeleci para se caso o ônibus não viesse eu REALMENTE iria embora sem pensar no que comer em casa, que a bendita lata velha apareceu.

Bem que eu poderia ter perguntado quem estaria lá na casa da minha tia, já que era aniversário, mas só pelo nome, A-NI-VER-SÁ-RI-O, eu já poderia imaginar que farra ia ter e as mais variadas da THE BEST OF BOSTA MUSIC também! O problema foi que por um instante, antes de sair de casa, eu esqueci desse detalhe. Sossego eu não teria e nem tive de jeito nenhum lá. Foi technobrega, forró e arrocha empurrado guela abaixo das 13h às 16h30. Não tinha pra onde correr, televisão só se fosse pra ficar vendo as imagens sem som, voltar pra casa? Ônibus só às 17hs. Muito TREVAS!

Tá, foi bom rever alguns familiares, o almoço também valeu à pena, isso sem falar no bolo de chocolate com guaraná à tardinha, mas meus planos foram todos frustados. A minha intenção era apenas sair um pouco desse quarto, ver o sol, tirar umas fotos e escrever enquanto ouvia alguma coisa do meu MP3, poxa! A única hora que realmente fiquei mais aliviado foi quando vi que já tava perto da hora de voltar pra casa - antes se eu tivesse ficado nela, teria muito mais paz pra escrever.

É... Este era o meu pensamento, até a volta, quando passamos pela usina hidroelétirca e nos deparamos com esse visu do pôr-do-sol sobre o espelho d'água do Velho Chico

Foto: Marcos Pinheiro

1 comentários:

Anônimo disse...

"THE BEST OF BOSTA MUSIC" adoreeeei...


Linda foto!!!!
Lugares lindos em lugares remotos...
o mundo precisa conhecer nossos pequenos paraísos...