E tava lá eu, minha mãe e meu irmãozinho, que nunca tinha ido a um circo. As condições eram precárias, não era daqueles circos de televisão, pomposo, com uma iluminação bacana. Eu via era a hora das tábuas daquela arquibancada de armações enferrujadas, que mais parecia um puleiro, arrebentar com a nossa cara no chão. Não, mas nesse dia o circo com as marcas do tempo impressas na lona que ora dava pra ver o céu, estava recebendo convidados especiais, nada mais, nada menos que ele, Kiko do seriado Chaves, juntamente com a bolota do Nhonho. Claro que ambos sósias premiados e de prestigio no Brasil.
Caramba, mas logo na metade da apresentação deles dá um curto-circuito nas gambiarras da mesa de som e iluminação, que deixou todo mundo no escuro. Alguns se assustaram e soltaram gritinhos, achando que fazia parte do espetáculo. Mas outras pessoas viram que aquilo não poderia acabar nada engraçado quando visualizaram no escuro aquela faísca. Eu vi o princípio de incêncio e logo pensei no pior. "Pronto, agora todo mundo vai morrer queimado aqui junto com sósias de personagens da turma do Chaves e amanhã viraremos manchete em jornais. Que bizarro!"
Me senti meio que no programa da Xuxa, naquela época que estúdio pegou fogo. Kiko e Nhonho que não foram bobos nem nada, sumiram rapidinho do picadeiro xexelento - mas me responda, Marcos: quem naquele momento ia querer ver o circo pegar fogo? [risos] Eu catei meu irmão nas costas, e quase caindo e guiado pelas luzinhas de celular, consegui sair do circo. Deu uma vontade de puxar uma vaia, mas não, seria injusto, né? Foi um acidente. Mas também deu vontade de pedir pelo menos uma parte do dinheiro pago pelo ingresso de volta, pelo espetáculo incompleto, lógico! Porém também achei melhor deixar pra lá. O importante foi que saímos com vida dali. Pensando bem foi uma tarde proveitosa e cheia de aventura, hein?
Mesmo assim, eu não aguentei o marketing barato da vendedora de maça do amor, na pracinha de alimentação do circo. Ela dizia que o espetáculo ia continuar, ploriferando a informação pro povo ficar por ali e consumir mais, consumindo mais, obviamente que gastando mais. Ai, ai... Eu não sei quem é mais frio e calculista, se eu ou ela. Sorte dela que funcionou, pois foi a primeira coisa que comprei quando saí daquele circo dos horrores. Se não é o circo ou alguma alma bombosa que faz no São João, não tenho o prazer de saborear aquele deliciosa e suculenta maça. Pra vocês terem uma ideia, esse é um deletei que só ocorre praticamente uma vez no ano pra mim. Mas valeu, valeu... Pelo menos os cinco reais não foram jogados fora, mas sim convertidos nesse post!
28.07.2009 - De moleton, minha prima "bocão" e um amigo dela no "barco viking". O resto do pessoal são celebidades que pediram pra não serem identificadas em tal situação quando me viram fotografando.
Foto: Marcos Pinheiro
2 comentários:
kkkkkk
Eu ri com essa história.
Cê vai prum circo, chega lá tem Kiko e Nhonho e o trem ainda pega fogo. kkkk Parece mentira,sério.
Adorei a parte: "mas me responda, Marcos: quem naquele momento ia querer ver o circo pegar fogo? [risos]" Encaixou direitinho aí.
Eu não gosto de circos,muito menos de palhaços e do Kiko, ainda mais com tudo isso pegando fogo,mas me fez rir pelo menos.
Abraços
Tragicômico MESMO! que ainda rendeu maçã do amor e barco viking. Realmente, não sei quem é mais calculista... Embora, no seu lugar, após o circo não pegar fogo eu já teria até esquecido! rs
Ótima presepada!
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