08/06/09
Pronto, já estou livre: cortei o cabelo - odeio!
09/06/09
Ainda me decido sobre qual layout deixar.
10/06/09
Caminha nas indías
11/06/09
Que tanto spam é esse na minha caixa de entrada?
12/06/09
Tirando o tecnobrega que rola lá fora... Tá tudo ótimo!
13/06/09
Será que eu fico em pé? Só comi porcaria hoje.
.:.
E hoje o Sopão ficou por conta do colega aqui da cidade, o Aristóteles Santana do blog Alma Rubra. Aproveitem:
Certas Dores
Que tanto spam é esse na minha caixa de entrada? Não tem importância. Não há nenhum e-mail dela. Talvez eu não volte a receber nenhum. Não têm sido dias bons estes que agora correm. Não tenho visto ela nos últimos tempos, mas isto de problema transformou-se em solução. Assim é mais fácil esquecer. Um dos problemas com a infantilidade é que não podemos cometê-la quando adultos. Quando um adulto a faz ele não a entende, este é um privilégio das crianças. Acho que a assustei. Assustar pessoas é uma das minhas diversões preferidas, mas não neste caso. Não foi divertido nem para mim e nem para ela.
Eu gosto de amores eternos, eles costumam demorar a acabar. Os meus, por exemplo, duram alguns meses. É tempo suficiente para se conhecer e desconhecer alguém. Neste caso, inclusive, acho que não tive muito tempo. O tempo, aliás, talvez se torne meu amigo. Ele vai passando em sua mortífera lentidão e vai me ajudar a esquecê-la. Demora um pouco. Como vêm não estou bem. A culpa é minha. Às vezes passo a impressão de que entendo demais o mundo, mas não entendo de quase nada.
Eu gosto de precipícios, eles são ótimos lugares para pensar. Não se preocupem, minha taxa de otimismo está em 68 pontos percentuais. É um bom número em dias de verão. Do que mais tenho saudades é do sorriso dela. Daqui do inferno não dá para ver. Talvez seja melhor assim, pois sou um escravo de belos sorrisos. Seria mais fácil se eu a desprezasse. Mas eu só tenho desprezo por pessoas desprezíveis. Não posso culpá-la. Sou daqueles que acham que certas dores doem mais em mim, mas é tudo ilusão. As dores são iguais para todo mundo. Ao contrário da felicidade que é uma elitista suja, a dor atinge um número mais amplo de pessoas. É mais democrática.
Eu odeio todas as ilusões, mas adoro dar uma chance a algumas delas. É o meu equívoco favorito. Não estranhem, eu sempre acho que um homem tem que gostar de alguns dos seus defeitos. Mesmo que tenha que pagar caro por isso. Agora tenho de seguir o caminho de volta. No trajeto encontrarei vários corpos mortos no chão. São variações do meu eu que ficaram na estrada. Eles desaparecerão. O que sobrou de mim vai continuar.
4 comentários:
"Sou daqueles que acham que certas dores doem mais em mim, mas é tudo ilusão. As dores são iguais para todo mundo. Ao contrário da felicidade que é uma elitista suja, a dor atinge um número mais amplo de pessoas. É mais democrática."
Nossa, que perspicácia!
"No trajeto encontrarei vários corpos mortos no chão. São variações do meu eu que ficaram na estrada. Eles desaparecerão. O que sobrou de mim vai continuar."
Gostei do quê intimista. Gostei do texto todo, não sei bem explicar, mas me é bem "familiar". Parabéns pelo sopão e desculpe a escassez de palavras para definir minhas impressões.
(obs: o comentário anterior foi excluído porque tinha erros hehe)
Minha nossa...
Isso pode ser mesmo chamado de crônica?
Tenho minhas dúvidas, sempre.
Eu, simplesmente amei o texto, está prfeito.
Eu também me solidaizo a sua saudade. Quem sabe ela volta?!
E se não voltar, acredito que terá outras ilusões.
Abraços.
Meu caro Marcos e conterrâneo convidado Aristóteles,
Cara... fiquei impressionado com o desenrolar de seu conto-crônica e com a sua maneira de tratar de um percalso amoroso, de maneira tão interessante.
As suas deixas, nas frase, como se fosse repartidas propositalmente (claro), nos conduzem a destrincharmos as possíveis sequências imaginativas do que poderiam desencadear cada uma das coisas fragmentadas. Isso que achei legal, na escrita: as entrelinhas que podemos especular com os fragmentos de outras histórias, dentro da história, que ajudam a construirmos o não dito do personagem.
Jóia mesmo...
Saudações virtuais...
O texto acima sugere o conhecimento apreendido pela experiência de vida, por que é só através das relações com o modo de ser e estar no mundo que o personagem, vai tirar suas conclusões. Mas aqui, o conhecimento é sempre restrito, como se mostra no trecho:
“Às vezes passo a impressão de que entendo demais o mundo, mas não entendo de quase nada”.
Restrito por que nossa impressão nos conduz a uma percepção errônea das coisas, e o que tentamos é apreender as essências, sem conseguirmos tocar nessa ambição. Apenas tocamos na pele do conhecimento. Tanto é que no mesmo texto, não é a gente quem passa e deixa marcas, pois o que queremos é arrebatar de nós a incerteza e o nada, embora inevitavelmente o nada se levante contra nós.
É o tempo que adquire a personificação e vai passando, com seu poder de fogo e glória. Essa ilusão é que vai ajudar a esquecer a personagem feminina relatada sem descrições, o que despensa dados desnecessários na construção. Prevalece a idéia, o conciso.
Numa Era de seres baseados em fragmentos do passado, em colagens e citações,
O valor da natureza subjetiva se desponta no texto, como essencial, no entendimento do outro.
Mas a citação da transcendência pelo colega Jorge, relacionada a prosa de Clarice, Diverge do modo transcendental notado no texto. Isto por que no projeto transcendentalista de Lispector, a superação ocorre de forma imediata, o que chamamos de epifania. E aqui, o personagem tido como um “Eu”, não identificado, se supera lentamente, deixando cascas de si na estrada da vida por onde andou. O que sobra dele, é o suficiente para que ele dê esperanças as ilusões necessárias...
Parabéns.
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