segunda-feira, 25 de maio de 2009

SOPÃO DO RUBINHO

E os Miojos da semana passada foram:

11/05/09
Pitty, volta pra mim! Saudades de você.

12/05/09
Tô aguardando o Sopão da Paloma.

13/05/09
Hoje tava bom pra ficar na cama até mais tarde.

14/05/09
E continua o barulho infernal da britadeira aqui em frente.


15/05/09
Com vontade de ouvir um som gordo ontem... Fui ouvir Gossip!

16/05/09
Só tenho sete folhas em branco.


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Após ter comprado a sopa de letrinhas, escolher um dos modos de preparo na embalagem... O escritor pauloafonsino, meu mestre e amigo Rubervânio Rubinho Lima, me surpreendeu e vai surpreender a todos com o seu Sopão. Bom apetite e aprecie com moderação:

Tempo e Espera

Ontem ficamos até tarde, um olhando para o outro, na cama. Não queria adormecer. Queria ficar contemplando-a a madrugada toda. Parece que ela não queria dormir também, mas, enfim, seus olhinhos foram baixando devagarzinho, até que penderam e se grudaram. Aquilo tudo era um êxtase. Não quero nem relembrar tudo quanto passei para podermos estar juntos. Só Deus sabe o quanto sonhei com esse momento, o de tê-la ali em meus braços. A espera me matava. Estava um tanto aflito, por achar que não mais gostaria de mim. Isso também me apavorava. Afinal, passei uma eternidade sem vê-la. Agora é só essa a visão que quero ter. A televisão ligada, sem áudio, só para clarear o quarto. Nenhum filme da madrugada me chamaria atenção. Eu nem queria. Só queria contemplá-la. Era uma sensação de protegê-la que me impulsionava a querer aconchegá-la mais e mais em meus braços. Ela era só sono. Acho que deveria sonhar também. Sonharia conosco? Sonharia sim. Também desejou muito aquele momento. Em seus lábios, um sorrisinho angelical e sem mácula denunciava que sonhava com coisas felizes. Depois de passarmos quase a noite toda, desde o momento em que ela chegou, a procurarmos reaver todo o tempo de distância, o sono era inevitável. Estávamos exaustos, mas com tanta alegria... Comecei a ficar com os olhos pesados. Tentei resistir ao cansaço, pois o tempo ao lado dela era precioso. Segurei na sua mão macia e pequena, tentando alentar-me e fui rememorando os minutos que antecederam esse momento. Fui relembrando da nossa conversa. Tínhamos muitas e muitas coisas para conversarmos. Os assuntos até se atrapalhavam, de tão acumulados. Ela sorria. Sorria de tudo que eu dizia ou fazia. Seu rostinho, seu sorriso, tudo me alegrava. Eu acabei dormindo e nem me recordo em qual momento. Dormi um sono tranquilo e sonhei um sonho bom. Um sonho de que não nos separaríamos nunca mais. Ela era minha pra sempre. Eu caminhava por um bosque florido, com ela segurando minha mão e sorrindo o tempo todo. Enfim, acordei. Fazia um friozinho pela manhã, pois agora é inverno e nesses dias a gente nem quer se levantar. Hoje tava bom pra ficar na cama até mais tarde. Resisti à preguiça. Levantei-me de um salto, com ela ainda a dormir. Fiz um esforço para tirar meu braço de sua cabecinha linda sem a acordá-la. Preparei um café bem caprichado, com chocolate quente e torradas, com ela sempre gostou. Acordei-a, enfim. Já por volta das nove horas. Ela adorou a refeiçãozinha matinal na cama e eu me contentei apenas em vê-la comendo. Estava eufórico com ela, bem ali na minha cama, na minha casa e não existia fome. Alimentava-me do seu riso, da sua face meiga. Eu a amava mais que tudo. Não havia muito tempo que descobrira isso. Ficou a me relatas mil e um casos em que vivera. Eu bebia todas as suas palavras. Vez por outra acariciava seu rosto e a beijava na testa. Às onze horas, meu coração começou a apertar, pois já se aproximava um momento que não desejaria que acontecesse. Ela iria partir ao meio dia. Contra a minha vontade, contra a dela, mas era o certo. Enfim, sua mãe a veio pegar. Estava no acordo, depois da nossa separação, mas para mim é sempre difícil aceitar isso. Agora minha filhinha se foi para outro estado, novamente, e só a verei no próximo ano, quando for o seu aniversário de dez anos. Essa separação é uma tortura, mas tenho que aguentar. Vou passar o resto desse sábado para reviver tudo que passamos ontem, eu e a minha querida menininha.


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Semana que vem teremos Danilo Corci da editora 100% digital, MOJO Books. Aguardem que ele já comprou sua sopa de letrinhas.

2 comentários:

Paloma disse...

Envolvi-me na trama de tal forma que nunca, jamais imaginaria que se tratava da filha ao invés da amante(!!!). Rubinho, se está lendo-me agora, saiba que dou-lhe os efusivos parabéns. Seu sopão é fantástico, de uma candura e bom gosto ímpares. Estou de queixo caído, literalmente!

Abraços!

Agora, falando com o Marcos apenas hehe

Caro amigo, eu pretendia fazer surpresa, mas não me aguento: enfim enviei a carta prometida. Não mantenho o tom de surpresa porque só depois de ter selado o envelope me dei conta que escolhi o pior momento para escrever: tarde da noite, iluminação precária, quinta xícara de café. Então, numa tentativa de diminuir a frustração, peço que não espere muito desta. Mas não se preocupe: uma muito melhor será encaminhada em breve. :)

Agora, falando de outra coisa,
mudei o layout do blog. No entanto, quando abri o site no PC da faculdade, só aparecia um fundo preto filho da puta, enquanto aqui aparece direitinho. E aí, como aparece?

Abraços!

Rubervânio Rubinho Lima disse...

Querida P.
Muito obrigado pelas gratificações.
Eu, que não sou nada, tento fazer de meus mísseros texto, algo que eu posso ficar melhorando na escrita. Sei lá...
também tem texto que fica martelando na nossa cabeça, com começo, meio e fim... Só faltam vir sozinhos, ou trazerem a nossa mãos pra digitá-los.
Com esse Miojo (sugestão muito legal, que fiquei empolgado com o desafio de cara... Salve Marcão....) não foi diferente. Eu, quando vi as frases (pelo menos duas me puxaram) eu fiquei agoniado, já maquinando o que escreveria, e veio-me isso.
Confesso, e Marcos também, que já o tinha preparado o texto a uma semana antes da minha "Obrigação"... Par você ver, querida mocinha escritora e biologa...

Espero que os leitores ávidos deste blog também sintam algo parecido, pois foi mais ou menos o objetivo do texto.
Valeu pela criatividade do desafio, querido Marcos, meu amigo.