A barraquinha de merenda ficava próxima de um cursinho pré-vestibular e uma escola técnica. Provavelmente a mãe da garotinha pediu que entregasse os panfletos aos estudantes que passassem por ali. Ela quando me viu passar de óculos e mochila nas costas, deduziu que eu fosse um.
Moço! - ouvi o chamado. Não resisti e olhei pra trás. Primeiro porque era uma voz docinha de criança, segunda porque faz tempo que não ouvi ninguém me chamar de moço, no máximo me chama ei, menino! - isso não me agrada muito. Acho engraçado quando me chama de homi - não sou tão velho assim.
Pois bem, quase que sigo em frente sem dar ouvidos ao chamado, mas viro e lá estava a garotinha com toquinha higiênica na cabeça. Criança tem essa de quando ver alguém maior do que ela achar que é adulto, ou vice-versa, achar que um adulto pequeno é uma criança. Pra ela eu era um moço.
2 comentários:
Im, moço...
Fiquei curioso para saber o que essa "mocinha" queria contigo, de toquinha higiênica e tal...
Tem que escrever o "Moço" parte dois...
World Wide Abração
Isso é verdade. Lembro que quando eu tinha 8 anos e via as meninas de 10 apresentando as primeiras e discretas mudanças corporais em altura e estatura eu achava que tudo aquilo estava a um universo de distância de mim. O engraçado é que, agora, o que mais tem é atendente e vendedor que, instruído a chamar os clientes educadamente, largaram mão do "senhorita" ou do bom e velho VOCÊ para me chamar de "senhora".
Das duas, uma: ou eu encasquetei muito nos últimos dois anos, ou esse corte de cabelo não me favoreceu. Acho que foram os dois.
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