quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

GAROTA PEDE PARA REPETIR DE ANO

Ontem vendo o jornal do SBT, me deparei com uma reportagem na qual uma garota de São Paulo pedia para ser reprovada na 8 ª série. A pedido dos seus pais analfabetos, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo enviou um ofício para que a Secretária Municipal da Educação mantenha a menina no ensino fundamental. A garota sabe ler e escrever, mas tem dificuldades em interpretação de textos e para fazer cálculos, é a chamada analfabeta funcional.

Eu já estudei em São Paulo, em escolas públicas, em meados de 1997 a 2000, da 1ª a 4ªsérie. Lá há avaliações, como em qualquer outra escola, as notas são dadas da seguinte forma:

PS - Plenamente satisfatório
S - Satisfatório
NS - Não satisfatório


Nessa época o estado já adotava o sistema de Progressão Continuada nas escolas públicas, onde o aluno só pode ser reprovado apenas nos quartos anos de cada ciclo, ou seja, na 4ª e 8ª série.

Diante de tudo isso, me lembrei que um dia quis repetir de ano:

Lembro que pensei no ensino médio, na hipótese de relaxar em um dos anos pra poder ficar por ali mais um tempo, mas nem foi preciso. No 1º ano foi aquela coisa, colégio novo, amigos pra fazer... eu estava entrando no colégio modelo, cara! O deslumbre era mais por isso, de estar em um colégio com uma estrutura legal, tanto física como pedagogicamente falando - mas esse nem tanto, vai!

O 2º ano foi o ápice de tudo aquilo. Já tinha uma turminha estabelecida... Foi quando eu me assumi como da turma do fundão, provando pra mim que eu poderia sim dar umas piradinhas, tá na zoeira, mas que poderia estudar também, oras. Existe esse mito de que turma do fundão não passa, mas é tudo bobagem. Todos passaram, uns mais folgados, outros mais apertados, mas passaram! Foi nessa época que passei o melhor tempo de colégio na da minha vida. Tudo isso graças a pessoas geniais, palhaças e safadas [no bom sentido]: Jefson, Julio, Rômulo, e as mina: Camila, Dayse, Eugênia e Thalita.

É, falta agora falar do 3º ano. Vou logo adiantando que foi o ano da decadência, a começar pela greve no início do ano que nos deixou sem aulas por uns dois ou três meses. Depois disso a correria dos professores pra passar o assunto. Eu sentia até um certo largar dos professores com as turmas de formandos. Não valeu 100% o ensino para os futuros universitários e cidadãos cheios de idéia na cabeça e medo do que nos esperava pela frente, numa vida pós colégio.

Mas ainda restam caos. Larguei meus amiguinhos no turno matutino depois de arrastá-los pro horário e depois voltar pro vespertino, que era de onde eu não deveria ter saído - eles ficaram putinhos da silva. Ah, eu não curti o climinha de festinha dos mauricinhos e patricinhas da manhã. Preferi voltar pra tarde e me juntar aos dois dos meus amigos que permaneceram por lá. Preferia mil vezes estudar com a galera mais tranquila, a maioria vinda dos povoados vizinhos.

E continuam as desgraças... Foi camisa comemorativa de pré-universitário que não devia ter comprado, foi garota fazendo jogo duro comigo. Tudo que eu não fiz durante todos esses anos escolares eu fiz no 3º ano. Discuti com professor na sala de aula, fui para na direção. Matei aula, não pensei duas vezes e respondi apenas meu nome em algumas provas e saí voado da sala, - pra quê pensar no que não sei? - e não fiz alguns trabalhos idiotas de arte. Foi um ano que eu não via a hora de acabar, andava mal-humorado por estar ali, não via necessidade naquilo.

1 comentários:

Paloma disse...

Nem tenho muito o que dizer acerca disso. O tempo que passei no Visconde de Cairu (do primeiro ano ao segundo semestre do terceiro) foi conturbado, mas foi maravilhoso. Depois que eu saí eu fiquei complemante sem vontade pra porra nenhuma.