Domingo, cansado de toda a programação televisiva, resolvi ira em busca de um filme na locadora. Cheguei lá, nada programado em mente... Decide então procurar pelo filme mais extenso. Quanto mais tempo assistindo o filme e mais longe dos programas dominicais e do tédio, melhor! A atendente da locadora, com toda aquela simpatia artificial, me perguntou se eu precisava de ajuda. Já tinha rodado inúmeras vezes entre aquelas prateleiras e nada. Sorri e respondi que não. Mas depois voltei atrás. Qual o filme mais longo aqui?, perguntei. Depois de alguns minutos lá vem ela me mostrar o filme A lista de Schindler. O filme era duplo, nada dava, só tinha dinheiro pra um. Olhei a capa, expressei um ar de introspectivo, e o coloquei em seu lugar.
Ali entre as prateleiras, me lembrei de um filme que tinha passado na Record e perdi. Minha prima disse que foi hi-lá-ri-o. O Virgem de 40 Anos. Era esse o filme, era ele que eu ia levar, mesmo com um péssimo pressentimento que eu estava próximo de uma grande besteira.
Foram duas horas de filme, duas horas de poucas risadas para um filme que era classificado como comédia. Duas horas de lembranças do colégio. Me lembrei do batalhão de filmes de besteirol estudantil americano de puro apelo sexual. Esses faziam a alegria do galera entre pipocas, refrigerantes e salgadinhos nas tardes em que havia aula vaga.
E as lembranças do colégio me arremeteram à outras lembranças: me lembrei do inútil amigo secreto, que por poucas vezes participei. Nunca vi coisa mais sem graça do que dar uma caixa de bombons e receber outra caixa de bombons. A surpresa do presente não se tinha mais, todos já sabiam o que iam ganhar. A tensão passava do medo de receber um presente ruim, para o momento da revelação do amigo secreto.
Mas voltando ao filme, ele foi uma bosta, é um bosta. Tá bom, tá bom, não é nem tanto assim. Deu pra entreter. É um daqueles típicos filmes de Sessão da Tarde, em que há um conflito para o personagem realizar seu objetivo, uma reviravolta perto do fim, e um final previsível, onde você sabe que tudo tem um happy end nada original. Mas esse com direito a um ato musical no final:
Mas pelo menos fiquei longe de toda a pieguice natalina que assolava a programação de domingo. Todo aquele papinho que natal não é só ganhar presentes e que não devemos deixar de lembrar o verdadeiro significado dele. Esse povo bem que poderia ser mais original e deixar de fazer esses programinhas especiais, onde todos se vestem de vermelho e ainda usam o gorinho do velho babaca. Se as férias em Marte já fossem possíveis, eu não pensaria duas vezes e corria pra lá hoje mesmo. Voltava só dia 1º de janeiro de 2009.
Se fosse por mim, em casa não teria nenhum resquício que fizesse lembrar o natal. Mas isso é um costume inevitável para quase todos. Sempre haverá, mesmo que no mais pobre e humilde dos lares algo que remeta ao natal, nem que seja um fita vermelha pregada em cima da porta. Em casa, mesmo... Infelizmente existe uma árvore de natal logo na entrada. Lá se encontra ela: verde, enfeitada e perversa.
Foto: Cartão de natal Bonde do Rolê by mtv.com.br
5 comentários:
Antes de qualquer coisa, quero te desejar um FELIZ NATALLL!!! HUAHUAHUAHUHAUHAUHAUHAUHAUHAUA
Bom, Marcos, você consegue me envolver com seus textos, escreve muito bem mesmo!
Neste momento estou soltando risadas, de lado, sobre o que li recentemente... kkkkk
AINDA BEM, repito: AINDA BEM que largou "a lista de Schindler". Entraria num embrulho de melancolia e tédio, afinal, já sabe o que ocorreu na 2ª GM certo? hahaha... mortes, pessoas sem coração, nazistas fdp! etc etc...
"O virgem de 40 anos" não me marcou mto tb... aliás, sou indiferente a ele.
Mas... AMERICAN PIE... eu amo! Até o casamento, claro, porque depois virou festa.
E sua árvore... perversa!
Eu gosto do Natal, mas prefiro Reveillón. Do Natal eu gosto por causa dos enfeites e da ceia, composta em grande parte por pratos consumidos apenas nessa data - Panetone, minha grande paixão EVER, que o diga.
Do Virgem de 40 anos eu gosto da cena que ele tenta colocar a camisinha e A Lista de Schindler eu quero ver - adoro filmes com a temática da Primeira-Segunda Guerra/Nazismo/Equivalentes (desde que bem-feitos, claro), pois tais períodos históricos em si me interessam desde o período ginasial.
É, eu quis dar um teor irônico ao texto, senão nem eu mesma agüentaria a vergonha do meu próprio teor pieguístico. Foi divertido à beça acoplar ao texto-base a citação e as ilustrações - juntar o útil ao agradável foi talvez a coisa mais prazerosa que já fiz como blogger.
MINHA VEZ:
Posta coisa nova!!
UAU! Estarei no aguardo desta postagem. Fiquei curiosa!
Mas agora quero saber:
- Afinal, você ficou com o gatinho?
- Essa foto, é do próprio?
Ah... Fodástica a foto. Já robei!
Não, não fiquei com o gato. Primeiro porque minha mãe não gosta de bichos, segundo porque minha irmã é alérgica a pêlo de gato (mas mexe com eles mesmo assim - ela adora!) e porque, numa de suas visitas (ele voltou outras vezes), minha irmã quis deixá-lo dentro do quartinho de velharias enquanto foi atrás de leite para ele e o mesmo ficou miando pra porta, como que pedindo pra sair. Se as chances de mantê-lo comigo já eram inexistentes, depois dessa eu vi que ele realmente devia continuar solto pelo mundo, mesmo.
Não, essa foto é de um gato de rua, fotografado pelo Michel (lembra-se dele, né?). Mas como é da mesma cor que o gato da crônica e como eu simplesmente AMO esta foto, juntei-a a postagem.
Bem, é isso.
:*
Postar um comentário