sábado, 27 de dezembro de 2008

Laica

Ah... É tocar no assunto cão & gato e suas relações com os donos (amigos), que desembesto a falar. Lá vai, hein, se prepare:

A relação do homem com os animais domésticos é muito mágica, mesmo. Já tive cães e ainda quero ter esse enorme prazer outras vezes. Me lembro de uma vira-lata que eu tinha lá São Paulo, a Laica, uma fofura. Era muito apegada a ela, até o momento em que rolou uma suruba canina lá no quintal de casa e não a vi mais.

Um monte de cachorros das mais variadas raças resolveram fazer uma festinha no apê. Invadiram seus aposentos e fizeram todas as atrocidades que você possa imaginar. Resultado, o vizinho de quintal fez a cabeça de meu pai e assim que ela pariu pegaram a bichinha e a abandonaram em um lugar distante, muito distante. Chorei horrores nesse dia. Meu pai depois, muito depois, se sentiu arrependido pelo ato.

Mas chega, aqui não é o muro das lamentações, vamos falar um pouquinho da sua personalidade:

Ela era muito sapeca e esperta. Lembro claramente como se fosse hoje... Era tão engraçado quando eu vinha de tarde da escola ou quando eu e minha mãe voltávamos da casa da minha tia... Laica parecia que sabia exatamente a hora em que estaríamos voltando. Ela sempre ficava a nos esperar lá na frente do portão, quando a gente apontava na rua... Seus olhinhos já brilhavam e começava a correria. Lá vinha ela em disparada até nós, parecia que participava de uma daqueles campeonatos de corrida de cachorro. Corria tão linda, parecia aquelas cenas de filme. Chegando até nós, ela nos circulava e já ensaiando a volta a criançada na rua se preparava pra correr, por que ela dava carreira no povo. Parecia que ela nos defendia, sabe? Era como se ela quisesse dizer: "saiam todos da frente que meus amigos estão passando...".

Laica também era muito fotogênica, uma verdadeira Gisele dos cachorros. Eu fazia dela gato e sapato. Pegava pelas patinhas, a levantava e começava a dançar, a cheirava... Ixe, eita tempo bão. Sorte a minha que tenho alguns registros dela, que sempre quando bate aquele saudade, dou uma olhadinha:

Deixem de lado um pouco o meu visual, do tempo em que mamãe me vestia e prestem atenção no carão e no corpinho esbelto da Laica.



Laica em poses indecentes, num momento... vamos dizer assim, à lá Britney Spears: sem calcinha.

2 comentários:

Paloma disse...

É quase uma unanimidade que as crianças dos anos 90 utilizavam a parte de baixo da roupa no meio da barriga ou é impressão minha? Minha mãe me obrigou a usar roupas nessa altura até os treze anos...
Poxa, pobre da Laica que foi violentada e deserdada dessa forma. Eu já tive cachorro também, e ele teve o mesmo fim: meu pai o deu para um conhecido. Posteriormente, ele fugiu e nunca mais soube dele.
Gostei do texto e das fotos da sua infância; foi uma forma de saber um pouquinho mais de sua história.

Anônimo disse...

Me identifiquei nesse post.
Tinha um cão com o nome beem ORIGINAL, o Beethoven, só porque ele era marrom e branco.
Tá, admito que o nome fui eu quem dei... mas ele era minha companhia. O coitado vivia preso dentro de casa, e o tempo que eu tinha eu passava com ele no quintal, brincando, só entrava em casa quando anoitecia. Ele me amava.
Quando saíamos na rua o coitado ficava desnorteado, morria de medo de qualquer outra espécie que aparecesse por perto. Mas ele olhava para mim, e sinto que pensava que eu o protegeria.

Ter um animal é maravilhoso. Dá uma cor na vida...
Adorei o texto.

Um cheiro.